O café brasileiro constitui a base da grande maioria dos blends de café expresso. Mesmo para os torrefadores que se recusam a misturar seus cafés, geralmente são os cafés do Brasil a espinha dorsal de sua seleção de torradas de café expresso. As qualidades típicas do café do Brasil — baixo acidez, sabores doces, de nozes ou chocolate e corpo rico - tornam-no ideal para fazer café expresso. Talvez mais importante ainda, o custo mais baixo do café brasileiro ajuda a controlar o preço das misturas de café expresso, que geralmente são mais baratas do que os cafés de origem única.
Embora esta avaliação seja verdadeira hoje, a produção cafeeira brasileira mudou muito desde que essas expectativas foram estabelecidas. Um número crescente de produtores migrou para o mercado de especialidades, e os lotes de café são mais comumente separados por origem ou variedade, em vez de serem misturados e vendidos como 'Santos', sem indicação de onde o café foi cultivado. Para os torrefadores, portanto, tratar o café brasileiro como uma entidade única desmente a diversidade de perfis de sabores disponíveis neste vasto país.
O Espresso Martinis pode ser delicioso, mas o café brasileiro pode ser mais do que apenas o componente base de uma bebida mista.
Dito isso, os tipos de café brasileiros utilizados nos blends de café expresso constituem a maior parte do mercado e tendem a compartilhar certas características. Processados como naturais ou naturais despolpados e cultivados em altitudes relativamente baixas, esses cafés tendem a ser grãos macios e de baixa densidade. Os cafés de baixa densidade são geralmente menos eficazes na condução de calor para o centro do grão, por isso beneficiam de uma torra mais lenta a temperaturas iniciais mais baixas, para permitir mais tempo para o centro do grão atingir a temperatura desejada. Em geral, os cafés brasileiros provenientes de altitudes mais baixas têm maior probabilidade de apresentar acidez e desenvolver sabores amargos e torrados (de Toledo et al 2017).
As exceções mais comuns são os cafés provenientes de regiões de maior altitude do Brasil, como os cultivados no Caparaó ou nas regiões serranas do oeste do Espírito Santo. Nestas condições, o fruto amadurece mais lentamente,