O Brasil é o local de origem de muitas das variedades de café mais importantes do mundo, incluindo Caturra, Mundo Novo, e Catuaí. Depois que os agricultores brasileiros adotaram as novas variedades de maior rendimento que surgiram em meados do século XX, Típica e Bourbon tornaram-se relativamente raridades.
Muitas outras variedades melhoradas foram desenvolvidas no Brasil desde então, mas essas variedades tradicionais de alto rendimento permaneceram como os pilares da produção brasileira de café. De acordo com agrônomo Guilherme Salomão, quase 90% do café plantado no Brasil até o momento consistem em variedades de Catuaí e Mundo Novo (AEAANP 2018).
Caturra, que significa 'pequeno' em guarani, é uma mutação anã que ocorre naturalmente Bourbon. Caturra, que apareceu pela primeira vez em Minas Gerais na década de 1910, foi transformada em variedade pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em 1937. Teve um enorme impacto na indústria cafeeira, contribuindo na segunda metade do século XX para o aumento de plantações de alta densidade e a pleno sol (Pesquisa Mundial do Café 2022).
CaturraO nanismo resulta de uma mutação dominante em um único gene (Carvalho e cols. 1989), o que é muito útil para reprodução. O nanismo resulta em plantas mais curtas, com distâncias menores entre galhos e cachos de frutos (entrenós). As plantas anãs podem investir mais energia na produção de frutos do que na produção de folhas e galhos, resultando em rendimentos muito maiores por árvore. A mutação anã também permite que as plantas cresçam muito mais próximas umas das outras e facilita a colheita.
Cerejas densamente embaladas em um galho de Caturra. O pequeno tamanho da planta da variedade facilita a colheita.
Caturra é altamente suscetível à ferrugem, por isso é melhor cultivado em grandes altitudes. É tolerante à seca, mas precisa de fertilização para atingir todo o seu potencial (IAC 2017). Como se fosse Bourbon pai, Caturra vem nas variedades vermelha e amarela e tem excelente qualidade de xícara.