O estado de São Paulo é o tradicional coração da indústria cafeeira brasileira. O primeiro assentamento português permanente no Brasil foi a vila costeira de São Vicente, fundada em 1532 perto do atual porto de Santos. A economia baseava-se inicialmente em exportações modestas de cana-de-açúcar e o estado permanecia relativamente isolado do centro político e económico do país no norte.
Monumento colonial à fundação de São Vicente, primeira povoação portuguesa no Brasil.
Após a corrida do ouro em Minas Gerais no final do século XVII, porém, colonos e capitais inundaram o sudeste do Brasil. Nas décadas seguintes a capital foi transferida para o Rio de Janeiro e os portos do Rio e de Santos foram abertos ao comércio internacional. Estimulado pelo crescimento do comércio na região, pelo influxo de trabalhadores de outras partes do Brasil e pelas ondas de imigração da Europa, São Paulo tornou-se um dos maiores produtores agrícolas do Brasil.
Moradores do estado, conhecidos como Paulistas, começou a cultivar café no início do século XIX. A cafeicultura era tão lucrativa que Paulistas, juntamente com os produtores de leite de Minas Gerais, passaram a dominar o cenário político da jovem república numa era da política brasileira conhecida como café com leite (café com leite). A construção das ferrovias que ligavam Santos ao interior em meados do século XIX permitiu que a indústria cafeeira se expandisse ainda mais e, no final do século XIX, 500 milhões de pés de café haviam sido plantados em São Paulo, produzindo 50% de todo o café do Brasil (Pendergrast 2010).
Trem a vapor restaurado em Campinas, região da Mogiana. A chegada das ferrovias permitiu que a produção de café em São Paulo se expandisse dramaticamente.
No século XX, a importância da cafeicultura em São Paulo começou a declinar. Muitas das grandes fazendas pararam de cultivar café nas últimas décadas, e uma proporção crescente dos produtores de café do estado são pequenos agricultores focados na produção de cafés especiais (Coltri et al 2019).